Em 2003, ingressei na Escola de
Aprendizes-Marinheiros do Espírito Santo e tinha toda uma carreira preparada
pela frente, porém meu coração, o meu espírito não se encontrava nada bem, pois
embora freqüentando a igreja, não havia conhecido de verdade a Cristo (Jó
42.5), nem os seus planos para minha vida (Jr 29.11), então vivia distante
buscando os prazeres da carne (Lc
15.13). Passei o ano de 2003 na rotina diária da Escola (das 05:00 às 21:00) e
na hora de dormir ia estudar para a prova da ESA (Sargento do Exército).
28 de outubro de 2003 era para ser
mais uma das manhãs de folga do quartel aonde eu ia à praia com amigos, porém
ao dar um mergulho na parte rasa da Praia da Costa, bati com a cabeça num banco
de areia e ali fiquei imóvel, porém consciente; quando meu colega percebeu que
eu não se movia foi ao meu encontro pediu ajuda e me tirou das águas; chegando à
areia, chamaram os bombeiros que me levaram ao hospital.
No hospital, após ser feita uma
tomografia saiu o diagnóstico: paciente com traumatismo raqui-medular evoluindo
com tetraplegia; fui logo transferido de helicóptero para o Rio,
especificamente para o hospital Marcílio Dias, onde fui operado no dia seguinte
das 08:00 às 17:00. Minha mãe perguntou a doutora que me operou se eu iria voltar
com os movimentos normais e Dra. Yasmine falou que a operação era pra colocar
pelo menos o pescoço de volta ao local.
Fiquei 14 dias internado e voltei
para casa preso a uma cadeira de rodas, com sonda na uretra, colar cervical e
sem movimentos. Toda vez que me colocavam sentado eu desmaiava, pois só podia
ficar deitado em cima de uma cama “casca de ovo” para não abrir ainda mais a
escara que eu tinha nas costas, escara que durou seis meses.
Passei na ESA, mas não pude fazer a
prova física devido ao meu estado físico, também não pude me formar na Escola,
pois a formatura era só em dezembro; virei realmente um bebê tendo que ser
sempre transportado ou na cadeira ou no colo; não comia, nem bebia, não fazia a
barba, nem tomava banho sozinho; muitos dos que me visitavam falavam: “coitado,
tão novo pra viver neste estado”.
Deus mudou a minha sorte (Is 61.3):
com 100 dias eu já havia recuperado todos os movimentos e já estava de pé, o
intestino e a bexiga voltaram a funcionar, fui reformado como Sargento da Marinha,
Ele me deu um carro, uma casa, e o mais importante hoje eu sei que recebi o
sozo (salvação, libertação, prosperidade, saúde) de Deus.